Com uma trajetória de quase cinco décadas na medicina, o deputado Dr. Luiz Ovando (PP-MS) defende que a melhor forma de prevenir doenças cardiovasculares é ensinar desde cedo às crianças a importância de uma alimentação equilibrada, a prática regular de atividades físicas, o controle do peso e a abstenção de drogas. “O que aprendemos na infância, carregamos pela vida”, afirma ele. Atualmente, as doenças cardíacas são responsáveis por 33% dos óbitos no Brasil, o que equivale a cerca de 1,1 milhão de pessoas por ano.
Em entrevista para o Painel Eletrônico da Tv Câmara, Ovando ressalta que o coração é um “órgão dinâmico”, sendo o primeiro a responder às demandas do corpo. Ele observa que vivemos em uma sociedade “ansiosa, competitiva e com níveis elevados de adrenalina”, o que sobrecarrega o funcionamento cardíaco. “A função molda o órgão”, sintetiza o deputado, acrescentando que é necessário “repensar nossos valores e a estrutura da nossa sociedade”.
Diversos fatores contribuem para o desenvolvimento de doenças cardíacas, sendo a hipertensão o principal, uma condição descrita por Ovando como “silenciosa”. Outros fatores incluem o sedentarismo, a obesidade, dietas ricas em açúcar e gordura, diabetes, níveis elevados de colesterol, tabagismo e uso de substâncias ilícitas.
Segundo Dr. Luiz Ovando, a prevenção começa com exames cardiológicos anuais após os 35 anos, para indivíduos sem fatores de risco, ou a partir dos 30, caso haja predisposição. Entre os sinais de alerta estão dores no peito, tonturas e palpitações, embora o deputado advirta que, em muitos casos, o infarto ocorre sem sintomas prévios, sendo fatal em metade das situações.
No que diz respeito à alimentação, Ovando lamenta que os hábitos alimentares tenham piorado. “Hoje, há uma busca por conveniência alimentar”, observa ele. “As pessoas estão deixando de cozinhar em casa. Precisamos retornar às nossas raízes.” Uma dieta saudável, segundo o deputado, é composta por arroz, feijão, salada e proteínas como carne ou ovo. “Devemos evitar guloseimas cheias de aditivos e alimentos industrializados, como fast-foods”, recomenda ele, admitindo que o consumo eventual é aceitável, mas nunca diariamente.
Por fim, o deputado alerta para o estilo de vida atual, que ele descreve como marcado por “pouca mobilidade, excesso de alimentação e aumento das preocupações”, dentro de uma sociedade “medrosa, insegura e agressiva”. Para ele, tudo contribui para o sedentarismo, reforçando a necessidade urgente de incentivar a prática regular de atividades físicas.