O SUS foi concebido em resposta ao Art 196 da CF mas se esqueceram de preservar o fundamento da medicina, a relação médico/paciente. Todos os demais programas como a RUE (Rede de Urgência e Emergência), Rede Cegonha e dos Medicamentos tiveram sucesso.
O SAMU atende com eficiência a grande parte do território Nacional e é um serviço que se enquadra bem no sistema de plantão e precisa estar qualificado para exercê-lo. Ninguém trabalha na urgência sem ter experiência ou ter feito curso intensivo de fim de semana de ATLS ou mesmo ACLS ou ainda seus congêneres pediátricos ou obstétricos.
O serviço de transplante do SUS é de excelência. O único programa que não atende a demanda em termos de eficiência é a ESF ( Estratégia de Saúde da Família) e o Atendimento primário em Saúde ou Atenção Básica que é feito nas UBSs.
Todo mundo fica tranquilo e sereno porque as doenças do atendimento primário não matam, 80% delas são autolimitadas e saram sozinhas. As 20% restantes precisam de ação efetiva mas não têm e, complicam indo aos hospitais sobrecarregando as UTIs sem identificação do real problema que levou àquela situação.
Aqui falta a política de base resolutiva que é a qualificação do clínico para diagnosticar com precisão e tratar com diligência evitando as complicações. Não sei se é a melhor estratégia o que Bolsonaro propôs através do decreto presidencial mas, tenho certeza que o modelo que aí está é um engodo e precisa ser reformulado.
Gasta-se muito dinheiro com exames, encaminhamentos desnecessários e complicações evitáveis por despreparo do corpo clínico que não é qualificado à semelhança dos demais programas do SUS onde se encontra exímios profissionais.
Algo precisa ser feito. Continuar desse jeito é que não pode. Está na hora de resgatar o fundamento da medicina que é o vínculo da relação médico/paciente que faz a diferença no tratamento mas, para tanto precisamos tirar o médico do anonimato, restituir-lhe a procura espontânea. Talvez assim possamos ter melhores resultados no atendimento primário.